Local Report, 1972-2010
Robert Whitman
Performance
Local Report é o mais recente trabalho em uma série de criações sobre comunicação em mídia, que Robert Whitman produz desde 1972. A estrutura básica desta obra consiste no trabalho coletivo de 30 pessoas. Cada uma fica responsável por telefonar em intervalos de cinco minutos, de diferentes áreas da cidade, descrevendo o que viam no momento; essas reportagens eram então publicadas ao vivo.
Whitman colocava as ligações recebidas direto no ar, sua única intervenção é a de terminar a ligação quando. em suas palavras, “O participante já havia descrito uma imagem coerente.” Cerca de 90 ligações em um período de mais de meia hora produziram o trabalho final. As reportagens capturam a natureza de um tempo e espaço específico.
A primeira performance deste trabalho recebeu o nome NEWS e tornou forma de um programa transmitido na cidade de Nova Iorque, com participantes ligando de orelhões; suas reportagens iam ao ar ao vivo através da estação de rádio WBAI. NEWS foi realizado em Houston, Texas, Minneapolis, Minnesota, e outras cidades em um período de dois a três anos. Whitman lembra que na primeira performance, o uso de orelhões era bem mais barato do que hoje.
Nas performances seguintes, Whitman usa de tecnologias mais recentes. Em 2002 ele passa a trabalhar com aparelhos de celular em Leeds, Inglaterra; as ligações eram transmitidas em tempo real através de grandes caixas de som em uma praça pública.
Em 2005, Whitman continua a incorporar o avanço tecnológico: os participantes utilizavam celulares equipados com câmeras para transmitir reportagens de voz e vídeo para o lugar central da performance, onde a informação era tocada e projetada. As reportagens simultaneamente eram transmitidas através de streaming em seu website.
O trabalho estreou no Guggenheim Museum como uma instalação, com cinco telas sendo projetadas ao mesmo tempo. Essa instalação apresentava os materiais de vídeo e som produzidos durante suas cinco performances ao vivo. realizadas em diferentes shopping centers em Nova Iorque, Nova Jérsei, Pensilvânia e Connecticut. Os filmes foram projetados simultaneamente, próximos uns aos outros, o espectador tinha que se aproximar da projeção – os volumes eram mantidos baixos para que os sons não se misturassem e perdessem sua integridade.
O trabalho atravessou décadas se adaptando aos recursos disponibilizados com a evolução dos aparelhos de telefonia. Independente de qual tecnologia usada, o que se manteve constante, é a possibilidade de conhecer lugares e as pessoas locais em cada cidade apresentada. Whitman usa suas reportagens e descrições para gravar e revelar a natureza especial de cada lugar. Transformado ela arte, o local se torna universal.