Show | Leo Cavalcanti + Paulo Mendel + Omar Salomão | 70’ | 2012 
Palavras Cruzadas é um projeto de curadoria de Marcio Debellian e Miguel Jost, o qual convidam um músico, um artista visual e um poeta para um show juntos, respectivamente nesta edição: Leo Cavalcanti, Paulo Mendel e Omar Salomão.
Mendel procurou transpor para as projeções o potencial imagético da palavra escrita. Os vídeos não buscam um sentido em si, por mais que as vezes o tenham. As imagens são usadas para despistar qualquer enredo que as palavras sugerem e vice-versa. Pela primeira vez ele experimenta também criar sozinho trilhas sonora para alguns dos vídeos apresentados.
Outro objetivo era criar um espaço onde as projeções pudessem ser vistas como esculturas de luz. Projetadas também no acetato transparente, fumaça e água borrifada, as imagens abandonavam momentaneamente seus significados originais para se tornarem reflexos abstratos, formas tridimensionais ou transbordarem na direção da platéia, pelo teto e paredes do teatro.
A troca entre Mendel e Salomão resultou em um cenário multimídia para a apresentação ao vivo de Cavalcanti e uma banda super especial formada para o projeto, com Marcos Leite Till (Tigre dente de sabre), Filipe Franco (Rafael Franco e os Monumentais) e Mariá Portugal (Fernanda Takai).
| 2012 | Teatro Oi Futuro – Ipanema | Rio de Janeiro, Brasil |
[VINHETA | Prólogo + PROJEÇÃO | Iceberg]
Ao terminar uma vinheta de abertura com imagem aérea e música eletrônica criadas por Paulo Mendel chega-se numa frase de Omar Salomão. Em seguida, entra a banda com a música de Leo Cavalcanti.
A manipulação de uma imagem feita na Colômbia com câmera de celular parece parada mas se insinua 3D por conta de pequenas variações entre os frames. Diante dessa paisagem urbana, perde-se a noção de passagem de tempo e é ali que se desenrola um diálogo sem uso de atores, escrito por Mendel e Salomão.
Em princípio, parece uma conversa de duas pessoas olhando uma cidade de longe, mas aos poucos se confunde com o que podem ser comentários sobre o próprio show.
[PROJEÇÃO | Sonho Parasita]
As imagens de escadas rolantes resultam em imagens distintas para essa cena. A mais presente explora o grafismo das escadas em 3 projetores, causando uma espécie de flicker em todo palco. Um segundo resultado é obtido com fumaça, criando uma pirâmide no encontro de duas projeções do chão.Além disso os reflexos dos acetatos pendurados no cenário espalhavam por todo teatro umas formas orgânicas, lembrando seres microscópicos.
[VIDEOARTE | Esquinas]
Paulo Mendel se apropria de um poema de Omar Salomão para uma performance audiovisual em que manipula o texto e seus sentidos ao escrevê-lo. Novamente, imagens e trilha sonora foram criadas por Mendel.
[PROJEÇÃO | Inalcançavel Você]
Ao fundo do cantor, o fluxo contínuo do plano sequência de um trem do metrô. Apesar do movimento ininterrupto parecer que se distancia de um lugar, no final do vídeo, chega-se uma imagem quase idêntica ao ponto de partida.
Outras interferências de projeções de trem em movimento pulsam para intensificar junto com a música.
[VINHETA | Flashback]
Desta vez Mendel se apropria de uma foto tirada por Salomão para fazer uma vinheta com suas imagens e trilha sonora. O vídeo começa pouco antes do momento quando duas pessoas se apaixonam.
[PROJEÇÃO | A Ferida Gritou]
O voo sobre as árvores é manipulado por Mendel para acompanhar o ritmo da música de Cavalcanti. Desta vez a projeção é usada mais como uma luz na cena. Ao mesmo tempo, Salomão começa a fazer desenhos abstratos com o estilete, cortando as folhas de papel penduradas no cenário.
[PROJEÇÃO | You don’t know what love is]
Imagens gravadas numa geleira na Patagônia por Paulo Mendel e o poema de Omar Salomão são combinadas com o cover da música de Don Raye e Gene de Paul numa versão voz e violão de Leo Cavalcanti.
Mendel entra em cena para fazer esculturas com as folhas de papel que Salomão cortou. Suspensas no ar, elas lembram as formas orgânicas do efeito de reflexos trabalhado em todo show.
[PERFORMANCE | Language is a Virus + PROJEÇÃO | Religar ]
Paulo Mendel faz uma performance com projeção enquanto o texto é lido por Omar Salomão. Ele borrifa água nos acetatos para intensificar o brilho das imagens, e na direção do público, para delinear as palavras projetadas pelo ar.
Em seguida começa uma chuva para o cenário da música de Leo Cavalcanti.
[PROJEÇÃO – Trem do Tempo]
O vídeo foi gerado no modo criativo de um game que processa um planeta infinito, de modo a sobrecarregar o render de imagens e dar a sensação que as paisagens se apagam.
[PROJEÇÃO – Leve]
Nesta cena a projeção em PB é bem simples para reforçar o sentido de leveza que possui essa música sobre o desapego numa separação.
[PROJEÇÃO – Valeria a Pena + CRÉDITOS FINAIS]
Um poema de Salomão musicado por Cavalcanti encerra o show. Imagens em PB do filme Ballet Mecanique de Fernand Léger são usadas nos acetatos. Na projeção de fundo, uma brincadeira de crianças contrasta com o fluxo inquieto de São Paulo.
Criação + Performance | Leo Cavalcanti _ Omar Salomão _ Paulo Mendel
Imagens | Omar Salomão _ Paulo Mendel
Edição + Animação | Paulo Mendel
Assistência de Edição | Gabriel Perin
Colaborações | Mariana Maltoni _ Mariana Abasolo [ Vídeo “Chuva” ]
Pós Produção [Vídeos Do Show] | Blanktape
Vocal | Leo Cavalcanti
Bateria | Mariá Portugal
Baixo | Marcos Leite Till
Guitarra | Filipe Franco
Curadoria | Marcio Debellian _ Miguel Jost
Realização | Debê Produções 
Rio de Janeiro, Brasil.
